Se já viu Bluey, talvez se lembre do episódio “Macaco Cueca”. Nele, o pai olha para o caos de brinquedos espalhados pela casa e comenta que há brinquedos a mais — tanto que sugere fazer uma limpeza e deitar alguns fora.
Bluey e Bingo entram então numa missão: provar que o seu querido Sr. Monkeyjocks (ou, carinhosamente, Macaco Cueca) é um brinquedo especial e merece ficar.
Este episódio capta muito bem um cenário que muitos pais reconhecem: um quarto cheio de brinquedos, jogos e peluches… e, ainda assim, as crianças parecem não se sentir satisfeitas, motivadas ou entusiasmadas na hora de brincar.
Quem nunca ouviu isto de uma criança? O quarto está cheio de brinquedos, jogos, peluches e materiais... mas, ainda assim, ouvimos aquele clássico “não tenho nada para fazer”.
A verdade é que ter muitos brinquedos não garante brincadeiras felizes, nem aprendizagens significativas. Este é um problema mais comum do que imaginamos — e sim, tem solução.
🤔 Por Que É Que Isto Acontece?
É fácil pensar que oferecer muitos brinquedos é uma forma de garantir diversão, mas nem sempre funciona assim. Eis algumas razões comuns:
🔸 Excesso de opções: Demasiadas opções confundem. Quando tudo está à vista, o cérebro da criança pode sentir-se sobrecarregado, sem saber o que escolher.
🔸 Brinquedos pouco desafiantes: Se não estimulam a criatividade, a exploração ou o raciocínio, rapidamente perdem o interesse.
🔸 Brinquedos que fazem tudo sozinhos: Sons, luzes e movimentos podem entreter… mas, se a criança não precisa intervir, também não se envolve. Brinquedos muito automatizados, com poucos estímulos para a criatividade, acabam por limitar a imaginação.
🔸 Falta de treino para brincar: Parece estranho, mas brincar também se aprende. E nem sempre as crianças sabem como começar.
🎯 Como Podemos Resolver?
✔️ 1. Menos é Mais
Organize os brinquedos. Deixe acessíveis apenas alguns de cada vez e vá fazendo uma rotação. A novidade estimula o interesse.
Organizar o espaço, reduzir a quantidade de brinquedos disponíveis e fazer uma rotação periódica ajuda a tornar cada brinquedo mais especial e desejado.
✔️ 2. Aposte em Materiais Abertos
Brinquedos que não têm uma única função — como blocos de construção, puzzles, peças soltas ou materiais de faz-de-conta — permitem criar, imaginar e inventar.
✔️ 3. Abrace o Tédio
O tédio é um terreno fértil para a criatividade. Parece estranho, mas é no tédio que aprendemos a ser criativos. Resistir à tentação de preencher sempre os momentos vazios é um presente que damos às crianças.
✔️ 4. Brincar Juntos… de Vez em Quando
A interação com adultos ou irmãos pode ajudar a iniciar a brincadeira, criando uma ponte até que a criança se sinta confiante para continuar sozinha.
Às vezes, basta um empurrãozinho. Começar uma brincadeira, criar uma história ou propor um desafio pode ser tudo o que a criança precisa.
✔️ 5. Ensinar a Brincar
Pode parecer estranho, mas brincar também se aprende. Às vezes, é preciso dar ideias, apresentar formas de usar os materiais ou até criar pequenos desafios.
Nem todas as crianças sabem o que fazer com um puzzle, um bloco ou uma caixa cheia de peças. Mostrar possibilidades, explorar juntos e dar ideias é fundamental.
💡 Dicas Práticas para Começar Já:
🔸 Crie uma “caixa de inspiração” com objetos variados: molas, caixas, tecidos, tampas, rolos de papel, etc.
🔸 Faça uma seleção pequena e visível de brinquedos por semana. Escolher 5 ou 6 brinquedos para deixar acessíveis e guardar os restantes.
🔸 Proponha temas para a brincadeira: “Hoje somos cozinheiros”, “Vamos construir uma cidade” ou “Missão: encontrar 5 objetos vermelhos e inventar uma história com eles”.
🔸 Inclua materiais para desenho, construção, jogos de encaixe e faz-de-conta. Incluir jogos cooperativos, puzzles ou atividades manuais, que envolvem mais do que apenas ‘usar o brinquedo’.
❤️ Na Brincar com Amor, acreditamos que brincar não é apenas ter brinquedos — é ter oportunidades para imaginar, criar, descobrir e crescer.
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